Review #1: The Last of Us Parte 2


The Last of Us: Parte 2 é muito inferior a seu predecessor. E essa não é uma afirmação política. O jogo é tão ruim que eu poderia começar o quadro "Jogos Populares que odeio".

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Título original: The Last of Us Part 2 
Direção: Neil Druckmann 
Desenvolvedora: Naughty Dog
Publicadora: Sony
País de origem: Estados Unidos 
Data de Lançamento: 19 de jun de 2020 (Mundial) 


 O enredo é linear, um “road movie” como a parte 1 (afinal, o jogo é baseado no filme “The Road”), mas esse tipo de estrutura não funciona aqui.TLoU 1 é uma estrada de esperança; TLoU2 é estrada de vingança, e muito mal executada.

Não há problema nenhum em o enredo ser uma linha reta. O problema é quando o objetivo da viagem é desinteressante. O jogador se pergunta se vale a pena fazer aquela jornada por motivos tão idiotas e mesquinhos. “Deveria continuar jogando, ou será que é melhor atropelar pessoas em GTA (ou ver The Road?)”. O game é longo, mas tem pouco a dizer: “vingança é ruim”; “quando você se vinga, você se torna o vilão na vida de outra pessoa”. Só isso.




Estórias de vingança podem ser sensacionais, mas tem que ter algo mais do que só sangue e tripas. Vide os filmes de Tarantino (Kill Bill) e Park Chan-Wook (Trilogia da Vingança) por exemplo. No meio de toda aquela violência você encontra boas discussões filosóficas. O que não é o caso em TLoU2. É só uma vingança mesquinha que poderia ser vivida por qualquer personagem. Os protagonistas são tão rasos que são descartáveis, substituíveis. Ao contrário do primeiro TLoU: aquela era a estória do Joe e da Ellie. Ponto. 

No primeiro jogo, há momentos de descontração, momentos que te fazem sorrir, como a parte da girafa ou quando encontramos os irmãos Henry and Sam. Ainda havia beleza e esperança, além de personagens bons, que te ajudam, como Bill. Também havia “pausas” na ação para os puzzles de cenário. Era um jogo bem balanceado. No segundo, por outro lado, basicamente temos cenários bem maiores do que o primeiro, cheios de inimigos. E as pausas são cutscenes demoradas. E é um jogo niilista, que desconstrói os personagens do título anterior. 

Os personagens são desinteressantes e rasos. Os relacionamentos entre eles são estabelecidos desde o início (desde antes do início, na verdade) e não progride mais do que isso. E pior: suas motivações reais são mostradas depois das ações acontecerem; o jogo tem muitos flashbacks. Abby— que também é jogável, como todos ficaram sabendo com os vazamentos — é, de propósito, do Mal na primeira parte do game, mas depois muda tudo (não sabemos o que ela quer até mais na frente). É diferente de TLOU-1, em que a filha do Joe morre no início; quando Joe faz algo, sabemos o porquê. Mas aqui, as escolhas dos personagens são dúbias (às vezes, estúpidas) porque não sabemos suas reais motivações. 

O final também decepciona. A estrada que percorremos não tem uma recompensa satisfatória no final. É perda de tempo. 

O gameplay evoluiu muito pouco. São os mesmos inimigos burros de sempre. Só que agora eles têm cachorros. Esperava-se que o gameplay evoluísse mais. É muito datado. TLoU2 também é o jogo mais fácil e menos desafiador da Naughty Dog e não faz nada muito diferente de seus outros action-adventures. E é mais narrativa do que jogo propriamente dito. É mais estória do que gameplay. Quem não gosta de jogos “filminho”, não vá! 

TLOU-2 também joga o game anterior no lixo. Poderia ter sido um jogo novo, mas falha miseravelmente como sequência.  Como um reviewer bem disse: é como a nova trilogia Star Wars ou a última temporada de Game of Thrones (Ellie é Daenerys). 

E falando em reviews. A grande maioria das de antes do lançamento enganam; não refletem o jogo inteiro. Isso porque a própria Sony delimitou bastante o que as reviews podiam cobrir. Todas aquelas notas altas não são nada mais do que propagandas. Basta ver as avaliações dos próprios jogadores.

Em resumo: Gráficos (10); gameplay (6); história (0). E como o jogo é story-based, a nota completa cai muito.

NOTA: 4/10


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Comentários

  1. Apesar de discordar de vários pontos, parabenizo a review. Ela traz de forma transparente a visão do reviewer e isso é bem raro hoje em dia.

    Ainda estou com o game em andamento, mas trago um ponto. Muitas vezes as pessoas, por n motivos, pautam suas vidas em sentimentos mesquinhos. Será que falar/demonstrar claramente isso não é também tarefa do entretenimento? Ou as boas histórias precisam, a seu ver, sempre se distanciar do homem real, trazer uma visão mais inspiradora?

    Parabéns pelo blog. Excelente!!!

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