Review #4 Os Novos Mutantes

Este filme quase não sai. Está sendo adiado desde 2018, com rumores que iria direto para o streaming. E talvez fosse melhor ficar só no streaming mesmo. mesmo.

Os Novos Mutantes foi mal nas críticas e flopou: arrecadou bem menos do que custou para produzir. Eu assisti no último dia de exibição legendada na minha cidade. Quando percebi que depois só ia ter dublado, corri para o cinema, numa quarta-feira à tarde. A tela ligou e ainda não tinha ninguém, então achei que eu fosse ser o único na sala do cinema, como foi quando assisti o (péssimo) Histórias Assustadoras para Contar no Escuro, de 2019. Só que aí chegaram três pivetes e uma mulher com um casal de filhos. Nem isso consegui com esse filme!

Enfim, os motivos de eu ter ido assistir foram o elenco e o hype que criaram em torno de um filme de terror com super-heróis. O primeiro motivo se confirmou; o segundo, adianto, nem tanto. O elenco é bonzinho mesmo. Fui para assistir a estrela em ascensão Anna Taylor-Joy (A Bruxa, Emma, O Gambito da Rainha), que é a minha mais recente crush. (sim, tenho uma quedinha pela argentina. Sou um traidor da pátria. Mas o amor não tem limite!)

O elenco também tem Maisie Williams (Game of Thrones), Charlie Heaton (Stranger Things) e era para ter a minha crush de sempre Rosario Dawson (À prova de morte), mas ela foi substituída pela brasileira Alice Braga (Cidade de Deus, Esquadrão Suicida). O site da ingresso.com dizia que a Rosario estaria no filme, por isso eu fui todo animado. Merecem uma reclamação no Reclameaqui.


Título original: The New Mutants
Título no Brasil: Os Novos Mutantes 
Direção: Josh Boone 
Roteiro: Josh Boone e Knate Lee
Desenvolvedora: Fox e Marvel
Publicadora: Fox
País de origem: Estados Unidos 
Data de Lançamento: 28 de ago de 2020 (EUA); 22 de out de 2020 (Brasil) 

Baseada nos quadrinhos do britânico Chris Claremont--que lançou o sensacional Dragão Negro no Brasil pela melhor editora em atividade, Pipoca e Nanquim--, trata-se de um spin-off de X-Men. Na cena de abertura, uma índia norte-americana, Danielle Moonstar (interpretada por Blue Hunt) é acordada pelo seu pai no meio de uma tempestade, então eles fogem  pela floresta. Logo depois, a índia acorda em uma espécie de hospital. Ela  é apresentada à Dra. Cecilia Reyes (Braga), que revela que eles estão em uma instituição para jovens mutantes, que só sairão de lá quando aprenderem a controlar seus poderes.

Em uma daquelas rodinhas de "quem gostaria de compartilhar algo?" somos apresentados aos outros personagens. Ilyana Rasputin, AKA Magik (Joy), é uma russa que só está lá para atormentar a protagonista. Sam Guthrie é um redneck cujo poder é se jogar de cara na parede e quebrar os próprios ossos. Roberto da Costa (Henry Zaga) é um brasileiro rico e bonitão que tem o mesmo poder do tocha-humana. Rahne Sinclair, a Wolfsbane (Williams) é um lobisomem (ou lobismulher) britânico.

Sim, eles são só isso mesmo. Os personagens são rasos, praticamente arquétipos. Eles também são estereótipos dos seus respectivos locais de origem. Eu não tenho problema com os estereótipos, pelo contrário: gosto muito quando são bem feitos. Meu problema é com os personagens formulaicos, pois não têm vida própria, são só isso mesmo: personagens.

Cada um tem o seu sotaque característico. Magik tem um bom sotaque russo. Wolfsbane tem o sotaque que Williams usou em Game of Thrones e a Dra. Reyes fala com seu inglês de brasileiro de férias em Orlando. O brasileiro é feito por um brasileiro mesmo (inclusive filho de político), e ele até manda um "Obrigado, gatinha!" E o Sam, além de usar jaqueta e boné desbotados, tem o sotaque de um camponês que não faz nada além de sentar no alpendre de casa bebendo cerveja, com um rifle na mão, esperando alguém entrar em sua propriedade, só para dar-lhe um tiro (legalmente).


Ele tem esse sotaque aí. Não o julgue por isso.

A índia, que é a protagonista, é muito ruim em expressões. Suas emoções não me convenceram.

A Alice Braga está bem. O roteiro não demanda muito da personagem, mas ela faz o seu trabalho. O problema é que lembra muito a doutora de Vidro (Glass, 2019, Dir.: M. Night Shyamalan), interpretada pela Sarah Paulson. 

O filme se vendeu (e está sendo apresentado) como horror, mas não dá medo nem aqui nem na China. Nem jumpscare tem. O que temos aqui são monstros em CGI que amedrontam os personagens--principalmente Kentucky e Anya-Taylor Joy atuam bem nessa parte--, mas não a audiência. Esse é um dos problemas da Hollywood moderna: computação gráfica. Só colocam CGI na edição, então os atores têm que fingir ter medo de um cara vestido de ceroula; ou de um fundo verde. A classificação indicativa é 14 anos, então não tem gore. O diretor disse ter se inspirado no Stephen King. Só se for no Apanhador de Sonhos ou na série de O Nevoeiro, porque em IT é que não foi.


Imagine que você é um ator e o diretor manda você se assustar com isso.

Se tem uma coisa para falar bem, é que o roteiro é amarradinho em alguma coisas: o que é dito ou feito no início é retomado lá na frente. Na cena inicial, a índia fala da lenda dos dois ursos que moram dentro nós, e que estão sempre lutando. E esse é justamente o tema do filme. A mise-en-scène também tem alguns detalhezinhos. O roteirista prestou atenção na aulinha da Domestika e o diretor fez a Masterclass de Martin Scorcese.

O Diretor, Josh Boone, é conhecido por A Culpa é das Estrelas e o roteiro que ele escreveu é reciclado de uma outra estória que ele havia escrito sobre super-heróis adolescentes. Não é a toa que falhou. A versão original ficou uma bosta, maior do que essa até, e teve que ser refilmada.

Não acho que valha a pena ver em IMAX ou em 3D. Aliás, nem vale a pena ver no cinema.

Não há cenas pós créditos. Eu tinha esperança que a Rosario Dawson ainda fosse aparecer, mas não foi dessa vez...


NOTA: 5,9


Atualização: um canal do Youtube que eu gosto muito lançou um vídeo sobre o porquê esse filme falhou:




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Comentários

  1. Tá aí um filme que eu não tinha hype nenhum e agora tenho menos ainda...kkkkk...

    Verei quando sair em algum streaming...

    Abraço, Alex!!!

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