Review #6: O Sangue de Zeus

Seguindo a onda de animações 2D adultas e violentas iniciada com Castlevania, a Netflix lançou recentemente O Sangue de Zeus, que logo caiu nas graças dos críticos. Mas será que é boa mesmo?


Título original: Blood of Zeus
Título no Brasil: O Sangue de Zeus 
Direção: Shaunt Nigoghossian 
Roteiro: Charley Parlapanides e Vlas Parlapanides
Desenvolvedora: Powerhouse Animation Studios
Publicadora:  Original Netflix
País de origem: Estados Unidos 
Data de Lançamento: 27/10/2020

Em resumo, acompanhamos a história de Heron, que descobre ser filho de Zeus com uma humana, e tem que ajudar seu pai a acabar com uma horda de "demônios"—humanos que comeram da carne dos Titãs mortos e adquiriram superpoderes. Enquanto isso, Hera, com seu ciuminho de sempre, ajuda os demônios, já que os deuses não podem interferir diretamente.

Apesar de ser sido escrita pela mesma dupla (que parecem ser gregos) do fracasso colossal que foi o live-action de Death Note e o filme mais ou menos Imortais, a trama até que é bem decente. O primeiro episódio tem um plot twist que realmente me pegou de surpresa e me fez questionar minha habilidade analítica (estava na minha cara o tempo inteiro). O problema está no meio: a série tem 8 episódios, claramente só por questões contratuais, porque deveria ter bem menos. E esse é um problema inerente a originais Netflix. A temporada tem que ter oito episódios, porque sim; então o início e o fim são bons, mas o meio é uma bosta.

O clímax realmente é épico, mas você tem que ter aguentado os episódios do meio para chegar até lá.

A animação não é das melhores. As lutas, principalmente, não são bem animadas: os desenvolvedores optam pela violência. Como em Castlevania, tem muito sangue e ossos expostos aqui. Algumas outras coisas chamam a atenção, como uma mulher que sai da água já seca e o fato de ter suporte a um HDR que não funciona: não vi melhoria. As expressões faciais também são bem ruins.

Alguns personagens são subutilizados. Por exemplo, quando estamos no Olimpo, vemos vários deuses na tela, mas a maioria não fala nem faz porra nenhuma. Tem umas mulheres lá, que faz o espectador pensar, "Aquela dali deve ser Atena e aquela, Ártemis!". Tá... E daí? O Cérbero também: é só um monstro que aparece do nada. A Hera não é nada além de uma mulher ciumenta, que quer matar Zeus porque ele trai ela com humanas, e só.


O Zeus daqui não é a melhor representação que eu já vi. Longe disso. O cara é meio melo
dramático e tem cabelo preto. Ele é muito manso. Prefiro mil vezes o Zeus de God of War. Outra coisa, o Zeus daqui se preocupa demais com Heron, sendo que todos sabem que ele teve incontáveis filhos com humanas. Ora, Zeus não é onipresente, então não ficou bem explicado o porquê dele se preocupar tanto assim com o protagonista da série.

Pouca coisa é nova para quem está familiarizado com a mitologia grega. Cresci vendo Cavaleiros do Zodíaco, jogando God of War e Age of Mythology, e ouvindo o Liam Nesson gritar "Release the Kraken!", então a única coisa nova aqui são os demônios (que, na verdade, nem sei se já existem na mitologia).

A série se apresenta como um anime original Netflix, mas não foi feito no Japão. Acho forçar um pouco a barra chamar de "anime". É mais um clickbait para atrair os weebs.

Curiosamente, um jogo de computador chamado HADES também está fazendo muito sucesso. A trama é quase a mesma, só o cara é filho de (dã) Hades. Pretendo jogar em breve.

Veredito: O Sangue de Zeus é um pseudo-anime que sofre da maldição contratual de oito episódios da Netflix e que talvez valha o seu tempo, mas é melhor ir jogar videogame.

Nota: 7,8

Continue lendo. Continue escrevendo. 
Não se esqueça de se inscrever no blog! É só clicar no link do canto superior direito!

Comentários

Postagens mais visitadas