Review #5 A Girl Walks Home Alone at Night (2014) e Amores Canibais (2016)

 O segundo filme da promessa iraniana Ana Lily Amirpour foi um desastre.  A fama parece ter-lhe subido a cabeça. E eu perdi duas horas da minha vida. Mas, como sou bonzinho, perco mais alguns minutos escrevendo este post, para que você não precise perder.


Título original: The Bad Batch
Título no Brasil: Amores Canibais
Direção: Ana Lily Amirpour 
Roteiro: Ana Lily Amirpour
Desenvolvedora: Vice
Publicadora: Neon (posteriormente Original Netflix)
País de origem: Estados Unidos 
Data de Lançamento: 26/06/2017


Filme iraniano é considerado artigo de "luxo", consumido apenas pelos cinéfilos mais "cabeça", que cospem na cara dos fãs de Tarantino e tapam os ouvidos todas as vezes que alguém começa a falar bem de Mad Max: Fury Road (2015, Dir.: George Miller). A diretora iraniana Ana Lily Amirpour, porém, teve o seu primeiro filme (feito com dinheiro estadunidense, frise-se), A Girl Walks Home Alone at night (Garota Sombria Caminha Sozinha pela Noite) como o centro das atenções em 2014. Foi o queridinho dos críticos e virou um clássico cult. E com razão.

Infelizmente, o sucesso parece ter-lhe subido um pouco à cabeça: seu segundo filme, The Bad Batch, é uma merda.

Para começar, o título idiota no Brasil: a tradução de The Bad Batch seria algo como "A Parte Ruim" ou "O Grupo Ruim". Os tradutores daqui não se cansam...

Em resumo, a trama é uma distopia em que as pessoas que não se encaixam na sociedade são marcados com um número e jogados para-lá-da-cerca do Texas, nos EUA, para um deserto que não é terra de ninguém. Está aí a Distopia Trumpiana.

A protagonista, interpretada por Suki Waterhouse, é jogada para esse deserto (sem sabermos por quê) e, logo depois, é pega por um grupo de canibais (olha o título BR funcionando!), que comem uma perna e um braço seus. O personagem de Jason Momoa é um desses canibais. Ela foge e vai para um outro grupo, chamado Comfort, que a acolhe. O lugar é dominado pelo personagem de Keanu Reeves, que tem um harém só para ele.

O filme é chato o tempo inteiro. O clímax (se é que dá para chamar disso) é uma bosta: a personagem sai da situação muito fácil. O que acontece no final não convence.

As atuações são ruins, mas penso eu ser culpa do roteiro. Os diálogos são horrorosos. Não fica especificado quem são essas pessoas, pois não vemos o passado de nenhuma delas. 

Keanu Reeves, com aquele bigode, é uma imitação mal feita de Pablo Escobar. Tá até gordinho. O Jim Carrey (sim, ele está no filme) é desperdiçado; nem dá para saber que é ele. Momoa tem um sotaque horroroso, o pior sotaque emulado que já vi em um filme.

O campo dos canibais, Comfort, e o lixão que tem no meio, simbolizam céu, inferno e purgatório. O personagem de Reeves é chamado The Dream, em alusão ao sonho americano.

O filme tem várias ideias malucas jogadas ao relento; nenhuma delas é bem desenvolvida. Deu-se prioridade a criticar o governo Trump, em detrimento de contar uma boa estória. E o filme nem mesmo funciona como crítica: se as pessoas são jogadas para depois do Texas, elas estão no México. E o lugar é uma merda. Então o México é uma merda?!

A fotografia usa lentes que captam o cenário de maneira aberta. Mas não é nada surpreendente; é só o padrão. Deserto? Plano aberto! O filme Sangue Negro (There Will be Blood, 2007, Dir. Paul Thomas Anderson), que ganhou um Oscar de melhor fotografia, também tem os planos abertos e os usa de uma maneira magistral.


There will be Blood

 Comparando agora com A Girl Walks Home Alone at Night, que é sobre uma vampira que mata homens que batem em mulheres, o filme quase não tem diálogos (talvez a diretora não saiba escrevê-los) e a fotografia em preto e branco capta muito bem o clima da cidade fictícia Bad City. 

Essa diretora gosta de música. Em A Girl Walks, elas funcionam; em The Bad Batch não. Você também compra o romance do filme da vampira. Em The Bad Batch, é esquisito: ela quis que a protagonista ficasse com o Momoa, no "inferno", por causa de amor, mas ninguém estava torcendo para isso.

 



 

Tem um filme dela para sair e ela também vai escrever e dirigir um remake de Cliffhanger (Risco Total, 1993, Dir.: Renny Harlin) só com mulheres. Será que vai ser uma porcaria igual Ghostbusters?

Nota: 3.3


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