Review #2: Ghost of Tsushima

 Storytelling magistral. Gráficos excelentes. Boa jogabilidade.

                                                            Ser ou não ser o Fantasma de Tsushima?

Título original: Ghost of Tsushima 
Direção: Nate Fox; Jason Connell 
Roteiro: Ian Ryan; Liz Albl; Patrick Downs; Jordan Lemos
Desenvolvedora: Sucker Punch
Publicadora: Sony
País de origem: Estados Unidos 
Data de Lançamento: 17 de jul de 2020 (Mundial) 

 A começar pelo enredo, devo dizer que Ghost of Tsushima é magistral. Trata-se de uma história de declínio (será?) de um samurai no séc. XIII, que renega o seu código de honra para lutar contra os invasores mongóis, rebaixando-se ao nível deles. Ao longo da narrativa, o protagonista se vê em um conflito interno: ele está sempre se lembrando das lições que o seu tio lhe deu e se sente culpado quando se desvia delas. É a história de origem dos ninjas. 



Há uma grande preocupação com os personagens secundários; todos têm arcos. E, de certa forma, todos têm a mesma história do protagonista: rebaixar-se ao nível do inimigo para derrotá-lo. 

Uma crítica é que esse conflito honra vs desonra não interfere na história nem no gameplay. Não faz diferença matarmos um inimigo em um duelo ou envenenando-o. Seria interessante se houvesse um sistema como em Red Dead Redemption 2. 

A jogabilidade é bem parecida com Assassin’s Creed, Red Dead ou The Witcher. Mas não se engane, parece ser um jogo bem diferente. Há uma enorme variedade de maneiras de atacarmos o inimigo: luta com espada; assassinato por trás; arco e flecha; dardos; bombas, etc. Há quatro posturas de espada que devemos usar para derrotar cada tipo de inimigo, e você logo pega o jeito de alternar entre cada uma delas no meio da luta. A crítica aqui é que os inimigos são bem burros, principalmente quanto ao stealth. Mas está a par com outros jogos parecidos (passou da hora de melhorar isso!). 


Não há waypoint; usa-se o vento. Como em filmes de Akira Kurosawa (que tem o Modo Akira Kurosawa no jogo), o vento tem uma grande importância. Ele substitui o mini-mapa e nos faz apreciar mais a natureza nos belíssimos gráficos da ilha de Tsushima.

Ghost of Tsushima e Naughty Dog já merecem aplausos só por deixarem Akira Kurosawa mais conhecido. Esse lendário diretor inspirou vários outros, como Scorcese, Spielberg, etc. Lembro da cena final de Sanjuro, um dos meus filmes favoritos do diretor. Aquela tensão no final sendo quebrada pelo... bem, quem viu sabe. 



O game design é ótimo. Tirando o início, em que o jogo é extremamente difícil, porque ainda não sabemos as posturas, a progressão é muito bem feita. À medida que vamos upando, os inimigos também vão ficando mais fortes, e o jogo nunca é fácil. 

É visível o respeito à cultura japonesa e as referências a filmes. Podemos até compor haiku, que é uma métrica de poesia tradicional do Japão. Há algumas inconsistências históricas, mas são todas deliberadas. A presença da katana é a mais óbvia delas. A tradicional espada japonesa só foi feita na última década do século XIV, enquanto a invasão mongol foi mais de cem anos antes.

 Se fizerem mais jogos dessa série, eu, com certeza, jogarei.

9/10

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Comentários

  1. Gostei muito do jogo. O gameplay é excelente, as atividades extras são bacanas. O game é lindo e muito bem ambientado.

    Porém, infelizmente, a história é bem sem graça e alguns problemas de câmera prejudicam bastante a fluidez...

    Enfim, no geral a experiência foi muito boa e espero que se torne uma franquia...

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